12/10/2001 -
Foi aberta nesta quinta feira, 11/10, na Biblioteca
Pública Honório Armond, a Exposição Itinerante
Henriqueta Lisboa, que comemora os cem anos de
nascimento da poetisa mineira. A exposição, que leva o tema
"Aquela paisagem... ninguém a viu como
eu", é composta de 17 painéis coloridos e 25
poemas da artista, além de sua biografia e
bibliografia e poderá ser vista em nossa cidade até
o dia 26 de outubro. Contemporânea de mineiros
ilustres como Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Abgar Renault, Henriqueta Lisboa foi
injustamente ignorada pela literatura brasileira,
apesar de ser considerada por muitos como a maior
poetisa da língua portuguesa. Por este motivo a
Superintendência de Bibliotecas Públicas da
Secretaria de Estado da Cultura, patrocinada pelo
Ministério da Cultura, vem promovendo esta
exposição que já passou pelas cidades de Lambari,
Ouro Preto, São João del Rei e Belo Horizonte.
Após visitar outras cidades mineiras a exposição
irá para a Fundação Biblioteca Nacional e depois
para as bibliotecas públicas de Brasília, Porto
Alegre e São Paulo.
Em Barbacena, a
abertura da exposição foi assistida por membros das
principais entidades culturais da cidade,
representantes do governo municipal e grupos de
estudantes. O Coral Madrigal mostrou músicas
clássicas e folclóricas numa belíssima
apresentação precedendo a abertura oficial,
realizada pela Prof. Zilda Moreira de Castro, membro
da Academia Barbacenense de Letras, que realizou uma maravilhosa
pesquisa apresentando detalhes de sua vida
entrelaçados a poemas que mostram toda a riqueza da
artista. A seguir, um grupo de três meninas de sete
anos de idade, estudantes do Colégio Imaculada
Conceição, arrancou palmas da assembléia
apresentando um poema infantil de Henriqueta Lisboa
entitulado "Consciência". O Coral Madrigal
encerrou o evento.
Henriqueta Lisboa
nasceu em 1901 em Lambari, Minas Gerais e foi morar
em sua juventude na cidade do Rio de Janeiro,
acompanhando seu pai, deputado federal. Lá
Henriqueta estudou línguas e iniciou-se em sua
carreira poética. Além de inúmeros livros de sua
autoria, deixou traduções de obras do italiano,
espanhol, inglês, alemão, húngaro entre outras
línguas. Sua poesia é delicada e mostra profunda
percepção do mundo. A leveza de seus versos puderam
ser vistos na apresentação das meninas do Colégio
Imaculada Conceição, que terminou com os versos:
Não quero fazer
pecado, eu juro.
Mas seu eu quiser, eu faço.
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